Foto acima: f/4.9, 1/30 s, ISO 800
É possível que Esopo, na Antiguidade, tenha sido o primeiro a contar a fábula da cigarra e da formiga, se é que ela já não andava na boca do povo grego antes disso. No entanto, foi no Século XVII, com La Fontaine, que ela ganhou maior notoriedade - para bem da formiga e desgraça da cigarra, que virou símbolo de preguiça. Muito injusto!
Foto acima: f/4.6, 1/500 s, ISO 800
Pensando bem, há uma série de mentiras que cercam a pobre cigarra. Vejamos:
a) Em primeiro lugar, ela não é preguiçosa, cumpre seu papel na natureza como todos os demais seres vivos;
b) A fábula afirma que a cigarra berrava suas canções pelo verão afora, mas, ao menos no Estado de São Paulo, é na primavera que a cantoria das cigarras atinge seu auge;
c) Ao contrário do que muita gente pensa, a cigarra não morre de tanto cantar - as "cascas" de cigarras que se encontram por aí são exoesqueletos substituídos durante a ecdise;
d) Finalmente, há quem pense que fotografar cigarras é muito fácil. Não é, não. Com tantas cigarras cantando a todo vapor, fica difícil determinar de onde vem cada som. Além disso, toda cigarra que se preza sabe encontrar o lugar perfeito para um bom disfarce e, pior que tudo, parece ter uma incrível capacidade para ouvir o funcionamento dos motores de lente mais silenciosos, o que a faz sair voando quando a gente menos espera.
Foto acima: f/4.6, 1/125 s, ISO 220
Foto acima: f/4.6, 1/125 s, ISO 220